quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O SEGREDO DA FONTE QUEIMADA

já existe!
quando for o lançamento, aviso.
"Na biblioteca de um velho capitão solitário figura um livro raro escrito por
um médico de D. João V. Que segredos encerrará esse Aquilegio Medicinal sobre as fontes e águas de Portugal? E que águas e fontes serão verdadeiramente aquelas a que se refere o seu autor? É o que nos propõe descobrir Manuel Cardoso nesta aliciante viagem no tempo até ao Portugal do século XVIII."

20 comentários:

Anónimo disse...

Tirei-o hoje já noiteda Fnac (Porto), no primeiro dia nas bancas, depois de jantar na baixa. Da porta de casa para o quarto, fiquei-me a ler até à página 12, quando o capitão, já na posse do «livro», começa a revelar ao empregado do restaurante as virtudes hídricas lá descritas.
Tal como quem experimenta um prato, ou engole o primeiro gole de um vinho, aqui vai a minha impressão: estou absolutamente encantado com a fluidez e a elegância leve do discurso a que se associa uma musicalidade no arranjo das palavras que me faz lembrar o Eça. Um petisco este começo d'O Segredo da Fonte Queimada!
Vou agora (na cama) devorar na horizontal pelo menos os primeiros cinco Capítulos.

manuel cardoso disse...

...suponho que na manhã seguinte, desde a cama até à casa de banho e no durante, tenha concluído facilmente a leitura... de certeza que deu por um errozito quase propositado que consta numa das notas...
Obg por ter adquirido o livro e me ter dado o prazer (não imagina quanto) de partilhar a sua primeira impressão. Espero não ter defraudado a expectativa - se o fiz, desculpe! Bom fim de semana,
manuel

MCA disse...

Estou curiosa. Infelizmente, o meu tempo para ler ficção anda pelos 10 minutos por dia por isso levo tanto tempo a acabar um livro. Mas na primeira oportunidade pego neste. Obrigada.

Anónimo disse...

Não, não o li rápido e sim devagar, mas fi-lo quase continuamente pois a linha descritiva e a sedução das palavras mantêm o leitor cativo até ao fim. Devagar porque a viagem por Lisboa do século XVIII é de tal modo rica de informação que uma pessoa fica por lá parado olhando à volta como um basbaque, sem pressa em virar as páginas, voltando a ler para apanhar todos os pormenores (mesmo tentar decorar). Mas aos poucos, o pitoresco histórico dessa cidade fabulosa e parasita do país que lhe fornece os meios para rapinas longínquas, aos poucos – dizia – o sentimento de bulício, desordem e cor da multidão vão sendo substituídos pela solidão e pelo surdo medo de um espírito solitário que ama (em segredo) a razão e a tolerância mas vive, ou sobrevive, apenas pelo saber antigo de uma raça, agora clandestina. Sentimos então todo o sufoco dessa personalidade central da obra que ansiaria viver no «século das luzes», nutrir-se do Iluminismo que inspira a Europa, mas vive amarfanhado num mesquinho e perigoso regime inquisitorial que soterrou as mentes nesta periferia da mesma Europa que, ao fim de dois séculos, colhe por todo o lado o fruto maduro semeado no Renascimento.
Nós, nesta Lisboa do século XVIII de Manuel Cardoso, já somos tal como hoje. Nessa época, o trabalho de destruição da personalidade das elites de um povo já está terminado, ao fim de dois séculos de tutela pela Inquisição. O Renascimento, que um pouco ainda pudemos conhecer, já vai muito longe (a Europa está já na fase experimentalista das ciências modernas) mas o Dr. Francisco Henriques, o herói do livro de Manuel Cardoso, ainda continua a citar clássicos latinos para ter mérito e apoio nas suas afirmações.
Ah, com teria sido redentor que a nossa última fogueira tivesse sido para queimar a esfinge do pior de todos os inquisidores da história! Como seria bom que a nota “errada” de Manuel Cardoso fosse verdadeira! Mas infelizmente, como ele certamente lamenta e prefere calar, até esse último acto foi uma ignomínia reles e cruel, uma vil vingança que enojou Voltaire.
Obrigado pelo «O Segredo da Fonte Queimada». Obra de arte é aquela em que cada um de nós se revê, aprende e se sente inspirado.

manuel cardoso disse...

MCA: este livro não é inteiramente ficção...
Caríssimo Anónimo: não resisto a perguntar se estarei a entender bem o sentido de "Nós, nesta Lisboa do século XVIII de Manuel Cardoso, já somos tal como hoje."...

Anónimo disse...

Pois. «O Segredo da Fonte Queimada» é História romanceada, na linha de Herculano e Oliveira Martins e não ficção ‘tout court’. Falo deles porque foi à conta dos dois que eu passei a cismar que a culpa das nossas idiossincrasias culturais (como a mesquinhez, a inveja por quem se destaca e a tendência a puxá-lo para baixo ou neutralizá-lo) são muito antigas cicatrizes dos tempos da razoira inquisitorial. Ao ler Manuel Cardoso, pareceu-me ver essas cicatrizes mentais já nas personagens do séc. XVIII, época em que a Inquisição laborara tempo suficiente para se obter o produto final… e deixei-me entusiasmar pelas ‘minhas’ descobertas. Daí eu ter dito que tal como já no séc. XVIII, tal a mentalidade de hoje.
E já agora, também, as minhas desculpas pela diatribe.

manuel cardoso disse...

Não é diatribe nenhuma e agora percebo bem a observação. Obrigado pelo comentário. Temos muito assunto para um dia destes!!!!!

Anónimo disse...

Boa tarde!
Chamo-me Paulo Lopes, natural de Carção e residente em São Miguel - Açores.
Gostava de saber se o livro existe em alguma livraria da ilha de São Miguel - Ponta Delgada.
Já procurei no SITE da Bertrand, mas o livro não está a ser divulgado por esta livraria.
Cumprimentos

manuel cardoso disse...

Boa tarde, caro Paulo Lopes. Não lhe sei responder, para já, se o livro está à venda em S.Miguel. Vou perguntar para a editora. Contudo, poderá sempre encomendá-lo on-line para www.principia.pt . Acho que não terá dificuldade em encontrá-lo e recebê-lo. Um abraço transatlântico!

manuel cardoso disse...

Olá, Paulo! Dizem-me da editora que o pode pedir na Bertrand, se é que não o têm já ao balcão, apesar de não estar no site. E obrigado pelo seu interesse. Já agora, há um outro livro Um Tiro na Bruma, que também deve ter interesse para si, se bem identifico aquilo que procura. Hoje aqui por Trás-os-Montes está um tempo que parece Açores: imensa chuva e imenso vento!

Pilar Cardoso disse...

Tal como o Anónimo, também eu estou a saborear cada linha, cada página, cada capítulo. A saborear lentamente a escrita magnífica a que nos habituaste e que nos situa nos locais e nas épocas, como se deles fizéssemos parte integrante, a sentir os cheiros, os sons, os elementos da natureza, a luz, a escuridão, o conforto e desconforto, o contacto das pessoas a cruzar-se connosco e a sensação de,"lá", ninguém estranhar a nossa presença, porque somos um deles...
Quanto ao enredo, diferente do de Um Tiro na Bruma, também magnífico, cativa-nos desde a primeira página e, à medida que avança, só temos pena que esteja a aproximar-se do fim...
Por último, um realce para o rigor histórico e a tua imensa bagagem de conhecimentos.
Obrigada, Manel e publica o próximo já amanhã!
Como não tenho o dom da escrita, podes fazer as revisões necessárias...
Beijinhos

Anónimo disse...

Muito obrigado pelas informações.
Logo que li a sua mensagem, fui à Bertrand comprar o livro. Ainda não se encontrava no balcão, nem tão pouco catalogado, podendo dizer com toda a certeza que fui o primeiro comprador do seu livro nos Açores!
Ainda não tive oportunidade de o ler, mas gostaria de lhe dar os parabéns pelo grafismo da capa e título do romance, sem dúvida muito interessantes.
Em relação ao livro “um tiro na bruma” é também de sua autoria? Ou qual é o autor? Faz também referência a Carção?
Cumprimentos,
Paulo Lopes

manuel cardoso disse...

Olá, Pilar! Saboreia mas não alambuzes o livro, que o papel não resiste!

manuel cardoso disse...

Paulo Lopes: ainda bem que gosta da capa e do título... como consolação por ainda não ter aí o dito volume! Quanto ao outro, Um Tiro na Bruma, http://www.principia.pt/det_livro.asp?idlivro=284 , não faço uma referência expressa a Carção, se bem que um dos personagens seja, indubitavelmente, de Carção. Se o ler, logo vê. Já que se interessa por isso, deixe-me dizer-lhe que num outro livro, Macedo Rua a Rua, que está esgotado presentemente, faço uma referência expressa a Carção, faço, pois. Como sabe, Macedo de Cavaleiros foi uma das terras de destino tradicional, no fim do século XIX e durante o século XX, para a migração de algumas famílias de Carção. E ainda bem. Para verificar esse facto, basta ver a coincidência dos apelidos (Lopes também!...) entre Carção e Macedo de Cavaleiros numa lista telefónica...
Um abraço trasmontano,
manuel cardoso

deep disse...

Adquiri-o hoje mesmo. Tive oportunidade de ler apenas duas páginas, mas essa pequena amostra revela já uma escrita fluente e fresca que, suspeito, há-de prender-me.

Boa noite.

manuel cardoso disse...

Olá Deep! Espero que se consiga soltar e que, afinal, nos venha aqui dizer das suas sobre as outras páginas - e que não se tenha arrependido dos euritos gastos! Bom fim de semana!

Gonçalo Pimentel disse...

Olá Tio,
Eu admito que ainda não comprei o livro mas por uma boa razão. É que com o "Tiro" habituei-me a ter primeiro uma introdução (na apresentação do livro), depois um "autógrafo", e só depois então me dou ao luxo que é a leitura. No fundo gabo-me de só ter lido obras do Dr. Manuel Cardoso autografadas, e por isso esta não será excepção!
Até dia 26
Gonçalo Pimentel

manuel cardoso disse...

eheheh, deveria haver dois preços: mais barato para leitores que vão à descoberta, mais caro para leitores difíceis, dos que exigem dedicatória!

manuel cardoso disse...

SESSÕES DE LANÇAMENTO DE "O SEGREDO DA FONTE QUEIMADA"
A de Lisboa já foi a 26 de Março;
A de Vila Real foi ontem, a 21 de Abril;
A de Mirandela será amanhã, 23 de Abril, às 18,00h, na Biblioteca Municipal http://www.cm-mirandela.pt/ ;
A de Bragança será também amanhã, 23 de Abril, às 21,00h, na Fundação Os Nossos Livros;
A de Macedo será no dia 24 às 21,00h no Centro Cultural.
A da Lisboa contou com um texto de apresentação de Vítor Serrão; a de Vila Real, de Assunção Anes; as de Mirandela, Bragança e Macedo, contarão com Gonçalo Portocarrero de Almada.
Entretanto, em Macedo, para o público escolar, haverá sessões às 10,00 h e às 14,30 h, respectivamente no auditório da EB 2-3 e no CC, no âmbito da Feira do Livro.

Unknown disse...

É só para dizer que adorei ler o livro " O Segredo da Fonte Queimada". gostei tanto da leitura desse mesmo livro que vou novamente iniciar a sua leitura.
Esta de Parabéns....