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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

FRAGA DOS CORVOS

Fraga dos Corvos, Verão de 2008



Depois de percorrido o caminho de Montemé sempre a subir desde o Vilar do Monte, chega-se entre os castanheiros e para-se. Um silêncio de mundo antigo envolve-nos no verde religioso da serra. Naquela encosta da Serra de Bornes, voltada a Norte, há um conforto especial de quem se sente em casa, mesmo não sendo dali. O sol está forte mas é manso entre as folhas. E, ao voltarmos a nossa vista para o esplêndido vale onde fica Macedo de Cavaleiros, com as outras serras, a de Ala, da Nogueira e do Cubo a emoldurá-lo e a servir de horizonte próximo – que ao longe estão o Marão e o Alvão, o Gerês e o Castro Laboreiro, a Galiza, os Montes de León e La Culebra – começa a ouvir-se um murmúrio ao pé, de entre as ramagens, um scratch, scratch, scratch que é inconfundível. Aproximamo-nos, calcando ervas rasteiras e afastando um ramo de castanheiro bravo. Uma plataforma de rochas em aconchego na vertente, uma turma da Faculdade de Letras de Lisboa de olhos no chão, esgaravata a colher e destapa suavemente com brocha de cerda, não a ver o que está ali mas a saber o que ali estava há três milénios antes de agora, a mexer no que ali era há mais de três mil anos antes de agora. É um momento raro. Estar em comunhão com dez pessoas e todos embarcarmos numa viagem no tempo até à Primeira Idade do Bronze. Nada como nos livros, imaginada. Toda real, ali. Um dia destes descreverei como é. Obrigado ao Bruno, à Joana, à Raquel, à Débora, à Elsa, ao Francisco, à Helena, à Liliana, ao João e ao grande amigo João Senna-Martinez!






Para verem mais fotos podem pesquisar os álbuns do blogue ou irem para http://picasaweb.google.com/mcardoso.mmacedo/Arqueologia2008 Até já!